26 novembro 2017

IPVS3 - Investir Para Viver Silvicultura!!!

Buenas, galera! Eu estava devendo um post dedicado ao projeto dos eucaliptos.

Porque investir numa plantação de Eucaliptos?


Sinceramente, eu não fiz uma avaliação precisa do retorno do investimento, e nem sei se o retorno do projeto será positivo. Sim, fiz uma conta de padaria, mas meus reais motivos para investir foram os seguintes:

1. Sempre tive interesse em investir na área rural;
2. Quem tem plantações de Eucaliptos (assim como Pinnus) está bastante desestimulado, pois os preços estão muito baixos. A consequência desse desestímulo é a óbvia migração do cultivo de florestas para outras atividades;
3. Assim, meu racional está em entrar na contramão da tendência, acreditando que terei madeira disponível quando o mercado estiver em alta.

Avaliar o projeto em si é um pouco difícil - muito no meu caso. Alguns fatores tem graus de liberdade muito grandes pois o investimento é de longuíssimo prazo. Obviamente, há uma maneira correta de fazer essa análise, mas eu preferi cuidar os riscos e acreditar no feeling.

O mercado de eucaliptos é impactado diretamente pela atividade econômica, uma vez que boa parte da sua produção é usada como energia. Siderurgia é o maior consumidor, mas diversas indústrias, também usam caldeiras a lenha. Na região onde moro, abatedouros e frigoríficos, laticínios, secadores de grãos, lavanderias industrias são grandes compradores de lenha e também de maravalha. Uma melhora na atividade econômica, leva a um aumento na demanda por lenha.

Outro mercado que afeta bastante o preço do eucalipto é o de celulose. Eucalipto é matéria-prima para celulose de fibra curta, mas nesse caso, não tenho nenhuma processadora de celulose próxima para eu vender a produção.

A construção civil consome varas, tábuas brutas e ripamento, e também está numa pindaíba danada. A expectativa é de que sua recuperação também contribua para a demanda por eucaliptos.

Finalmente, existe o mercado de serraria e laminação, mas o prazo para atender pode passar de 20 anos, e a maioria dos produtores não aguentam. Na minha visão, é aí que está o grande lucro, e esse é o meu objetivo. Abaixo ficará mais claro, quando explicar o ciclo de produção que pretendo seguir.


Ciclo de produção:


Pela lógica, inicia-se o ciclo pelo preparo da terra e plantio. E aí já tenho que decidir a densidade que vou trabalhar (árvores / hectare). Existem vários espaçamentos para o plantio de Eucalipto, desde os mais adensados (1,5 x 1,5) com foco quase que exclusivo em energia, até os bem espaçados (10 a 50 metros) para integrar gado à floresta. Eu estou usando espaçamento 3 x 2, ou seja, terei espaçamento de três metros entre as linhas e dois metros entre as ruas.

Nesse sistema terei cerca de 1.600 árvores por hectare com pasto integrado ao plantio florestal. Provavelmente o pasto sofra após alguns anos pois o eucalipto tende a ser dominante, mas a terra está nua e o pasto irá conter os efeitos nocivos das chuvas - já tive prejuízo com isso. 

Quanto à manutenção e colheita, a expectativa é a seguinte:

Na fase inicial, após a preparação do solo e o plantio propriamente dito, a maior preocupação é o ataque de formigas, o que venho combatendo desde o primeiro dia. Além das formigas, no primeiro ano, a limpeza no entorno das árvores é fundamental e deve ser feita através de capinas e roçadas. Por hora, o foco está só no combate às formigas, pois os pés ainda estão livres de mato.

2 anos: faz-se a desrama para evitar o aparecimento de nós nas madeiras. Caso seja possível, o material retirado será vendido para maravalha, lenha e/ou carvão.

4-6 anos: corte de 50% das árvores com venda para escoras, mourões, maravalha, lenha e/ou carvão. As árvores cortadas irão rebrotar e, após 4-6 anos, terei um novo corte. Espero um volume equivalente a 125 m³ de lenha por hectare nesse corte.

10-12 anos: corte de 75% das árvore com venda para escoras, mourões, maravalha, lenha e/ou carvão. Novamente as árvores cortadas irão rebrotar e darão um novo corte após 4-6 anos. Tenho a expectativa de um volume equivalente a 250 m³ de lenha por hectare.

16-20 anos: corte raso. 75% das árvores (as que são fruto de rebrotas) irão para o mercado de escoras, mourões, maravalha, lenha e/ou carvão. Nesse volume espero obter o equivalente a 375 m³ de lenha por hectare.
Já, nos 25% restante, é onde estará o grande lucro, pois o retorno financeiro deverá equivaler a 2.000 m³ de lenha por hectare vendendo para serraria e/ou laminação.

Escoras e Ripamento, Carvão, Maravalha, Lenha
Mourões, Tábuas e Lâminas

Há quinze dias o Rock perdeu uma grande figura: Malcolm Young, guitarrista base do AC/DC faleceu, e hoje trago o som deles no Monumental de Núñez (You shook me all night long). Sei que no Brasil assistimos a bons shows, mas quem tiver a oportunidade de, algum dia, assistir um show em Buenos Aires... é uma experiência única!!!

05 novembro 2017

Fechamento de Outubro/17 - no creo en brujas pero que las hay las hay!

"Tá alto para carpir, tá baixo pra roçar e tá molhado pra queimar. Não tem o que fazer!!!"

Buenas, galera!!! Acabou Outubro e... foi um mês complicado. Baixo aporte, rentabilidade baixa, porém em linha com a realidade do mês... mas o pior, foi o grande desencaixe que tive pelos não recorrentes...

Vida que segue e que venha Novembro. Putz!!! Já começou assombroso!

Vamos direto aos resultados, e depois as lamúrias...
  1. A Carteira teve valorização de 0,71% - nenhuma pérola, mas no mês superou CDI (0,64%), IBOVESPA (0,02%), IFIX (0,24%), perdendo apenas para o Dólar (3,36%)
  2. Ações superaram o IBOV 1,07% x 0,02%
  3. FIIs superaram o IFIX 2,40% x 0,24%
  4. Outras Rendas Fixas bateram CDI: 0,88% x 0,64%
  5. Tesouro Direto registrou prejuízo de quase 1% e perdeu feio para o CDI (-0,96% x 0,64%). Os principais motivos para a queda foram as rentabilidades negativas das LTNs e NTN-Bs longas 
  6. Reserva Cambial rendeu ligeiramente a menos que o Dólar Comercial 3,05% x 3,36%

Em Outubro tive alguns não recorrentes que afetaram bastante o potencial de aporte. Vamos a eles:
Comecei Novembro com o pé esquerdo!!!!
  1. Custos de escritura e registro da terra.
  2. Inadimplência de um cliente afetou cerca de 15% das receitas do mês.
  3. Um acordo com o antigo inquilino resultou na troca de um saldo a receber por produtos para casa. Os produtos que recebi em troca da dívida eu iria comprar de qualquer forma, mas o desencaixe não seria agora.
  4. Para finalizar o mês, e entrar Novembro (com o pé esquerdo) o excesso de chuvas ocasionou um atraso no plantio dos eucaliptos. O problema foi majorado pelo fato de que as mudas já estavam na propriedade e a água levou quase todas. Para piorar, terei que refazer as curvas de nível no sítio antes de pensar em plantar. No total, estimo um gasto extra na casa de 6-8 k (horas máquina + mudas).
  5. Meu apartamento que representava uma graninha extra todo o mês está vago!!! Isso vai impactar a partir de Novembro.
Com a esguelepada no potencial dos aportes, estou vendendo alguns ativos que julgo maturados para equilibrar o caixa e atenuar o descompasso entre receitas e despesas. Nada que abale o planejamento macro, pois já imaginava que isso poderia ocorrer devido ao investimento pesado (para o meu bolso) no sítio.

Aportes e retiradas


Em Setembro vendi algumas Ações e FIIs para manter a liquidez pagar as contas do mês. Passado os gastos que tinha até o final daquele mês, retornei uma boa quantia para as ações em Outubro. No entanto, na última semana do mês chegaram os não recorrentes. Com esse imprevisto, os aportes de Outubro representaram a merreca de 0,20% sobre o saldo da carteira de Setembro.



O TD foi a classe que mais resgatei. No entanto, o número está um pouco distorcido pois tem um valor de venda de TD-IPCA+35 que está em conta corrente para compra de TD-Selic. Em Novembro, pretendo continuar a troca de TD-IPCA+35 por TD-Selic. Entendo que o risco (econômico e político) já está muito elevado para o meu perfil e pretendo reduzir minha exposição nesse títulos mais voláteis. Atualmente, minha exposição em NTN-Bs e LTNs longas está na faixa de 35% e pretendo chegar na faixa de 20%.

Novembro


Em Novembro pretendo recuperar, ao menos parcialmente, os valores que estão em atraso dos clientes e preparar a terra para o plantio. No balanço, deve entrar por um bolso e sai pelo outro... mas tudo bem.

Quanto aos aportes, pretendo focar em renda fixa pós-fixada. Estou um pouco cético com relação a ações e FIIs.

* Como a carteira de imóveis deve ficar parada por um bom tempo, a partir desse mês vou postar apenas sobre a Carteira Financeira.


Sucesso e bom investimento a todos!!!

Ah... no clipe de hoje, um pouco de ironia: Chove Chuva (Biquíni Cavadão)